sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

A bela e doce Cristal

 



Nasceu a coisa mais fofa do mundo. Filhote raceada de border collie e pastor alemão, foi doada para uma família que tinha apenas a mãe, a filha, Pam e o namorado da mãe, pois ainda não haviam se casado.

Assim que chegou aos braços de Pam, percebeu-se que tinha-se uma pedra preciosa. Assim começamos a história de Cristal. A cadela mais lembrada da família Teodósio, que estava muito triste, quando da chegada da cadela Cristal.

A família tinha outra cadela, Ninha, uma bassê preta, mas, devido ao câncer da avó de Pam e os perigos de bactérias, pelos e possíveis doenças extras, a mãe de Pam resolveu doar Ninha para sua irmã, tia de Pam. Infelizmente, a avó veio a falecer e, de repente, chega Cristal. Pequena, toda peluda, cheirosa, claro e com um lacinho na cabeça, como falei, a coisa mais fofa.

O namorado da mãe falou.

– Vai ser uma cachorrona grande.

A mãe.

- Como você pode saber disso?

O namorado.

- Já criei muitos animais e conheço coisas assim. Veja o tamanho enorme das patas dela.

A mãe

Não vai crescer tanto, é a coisa mais linda ela.

O namorado.

- Seja como for, não quero me envolver. Faz tempo que não crio animal nenhum, pois todos morrem e eu já sofri demais quando vi minha última cachorrinha morrer.



O tempo passou e realmente Cristal cresceu. Uma cadela grande com seus 15 ou 20 quilos. Os namorados começaram a viver juntos, Pam foi pra universidade e, por trabalhar apenas um turno, o namorado da mãe, agora marido, por trabalhar meio turno, acabou tendo que cuidar da cadela. Compra comida, passear toda tarde. Ele não queria se envolver, mas sempre se envolve.

Nova doença na família, a irmã do marido, com câncer, doou um cachorrinho para ele. E uma gata também, por sinal. O cachorro era um Poodle, número 2 (ou coisa do tipo, era um pouco maior que o menor deles). Ele já era velho e se ligou a Cristal, mas por ser pequeno, nunca conseguiram cruzar.

A irmã do marido faleceu e o casal resolveu castrar a gata, para evitar ciclos de novos gatinhos, o marido perguntou se iam castrar a cadela, a mãe ficou na dúvida, mas resolveram não castrar, pois o poodle era pequeno, aliás, o nome dele.

Ninha a cadela da irmã da mãe, teve uma cria e, dela, selecionaram um dos cachorros, Pingo, para conviver com os já presentes Pequeno e Cristal. Os dois eram terríveis. Primeiro o poodle queria bater no bassê, mas depois que este cresceu, o que o poodle podia fazer? Quase morreram várias vezes em brigas, quando Cristal estava no cio.

Pequeno morre em uma noite chuvosa na cidade de extremoz, Fica Pingo que, pequeno também, um pingo de gente, jamais iria cruzar com a grande Cristal, que já estava com seus 10 anos de idade.

O tempo passa, os passeios vespertinos continuam. Os dois cachorros conviviam bem e ninguém imaginava que iriam cruzar, mas cruzaram.

Cristal, já nos seus 11 anos de idade, bem avançada para uma cadela, ficou grávida e em um dos passeios entrou em trabalho de parto, ali mesmo, na rua. O marido pediu para um vizinho olhar ela enquanto ele ia em casa pegar o carro para levar a bichinha para ter o resto dos cachorrinhos em casa.

Saíram três cachorrinhos iguaizinhos a Pingo, mas ela não conseguiu mais colocar para fora os outros. Passaram-se 24 horas e todos nós em agonia esperando ela ter forças para ter os outros filhotes. Ela, como uma boa mamãe, amamentava os três que nasceram, mas em horas de contração, saia, andava, cavava, vomitava. Coitada da cadela. Ligou-se para veterinários e eles falavam que deveria aguardar 36 horas.

Ela não aguentou. Em pleno sofrimento, em uma madrugada, Cristal, deitada, ao lado dos seus filhotes, ainda vomitou mais uma vez e ali mesmo, na posição que estava, morreu, ainda dando leite para seus pequeno filhotes.

A família tinha um terreno em outra cidade e fizeram o enterro da bela Cristal em um dia de janeiro, muito ensolarado, mas também muito triste. O silêncio era o dono daquele dia. Os três, mãe, filha, marido, em silêncio foram ao terreno, em silêncio enterraram a doce cadela, em silêncio voltaram para casa.

E os cachorrinhos? Eles ficaram vivos. Estão tomando leite em mamadeira com leite específico para cachorros. São muito ativos. E o pai, o senhor Pingo, apenas observa, se aproxima dos filhotes, depois sai de perto, enquanto os bichinhos são alimentados. Será um bom pai, aparentemente.



Cristal, esta é uma homenagem à cadela que tanta alegria trouxe para a família Teodósio.

Fique em paz.


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