terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

16 de fevereiro de 2011 - dia para ser lembrado nos quadrinhos potiguares

Todos os artistas que trabalham com histórias em quadrinhos no Rio Grande do Norte presenciaram, na noite do dia 15 de fevereiro, um evento histórico: o lançamento das vinte primeiras HQs do Projeto 1ª Edição, na livraria Poty Livros.


O amplo espaço da Poty Livros foi pequeno para tantos amigos, colegas e curiosos dos quadrinhos que foram prestigiar e conhecer um pouco da produção dos quadrinistas locais.


Além da presença de quase todos os vinte autores, até mesmo artistas que vieram do interior do estado, contamos também com as ilustres presenças de Emanoel Amaral, um dos membros fundadores do GRUPEHQ, do fotógrafo Adrovando Claro (poucos sabem que ele faz parte do GRUPEHQ), do cordelista Crispiniano Neto, ex-presidente da Fundação José Augusto, do artista plástico e professor da UFRN, Vicente Vitoriano, do pessoal da Revista Catorze e do zine Lado R.

No discurso que abriu o lançamento, Luiz Elson, idealizador do projeto 1ª Edição, falou sobre a importância do Prêmio Moacy Cirne e de como ele revelou quantas pessoas estavam produzindo quadrinho no RN, o que lhe deu a ideia para criar o 1ª Edição. Lembrou dos artistas que estão na luta há vários anos e só agora conseguiram ter uma revista publicada e de como isso é gratificante, pois ganha tanto o artista quanto a cidade, que passa a valorizar os quadrinhos e seus criadores.


Lula Borges complementou a fala de Luiz Elson e conclamou os quadrinistas potiguares a ser unirem como classe, pois só assim será possível ter voz e voto na nova secretaria de cultura a ser implementada no governo atual, fazendo com que os projetos continuem sendo desenvolvidos dentro dos editais de cultura locais e nacionais.


A noite foi de comemoração, mas de pequenas reuniões também, com Roberto Flávio, o Beto Potyguara, presidente da ABAS/República dos Quadrinhos, anunciando que teremos um Fórum dos Quadrinistas Potiguares, em breve (falta só fechar a data), para discutir uma porção de assuntos, como uma tabela de preços com piso e teto para cada serviço oferecido pelos profissionais do traço, como e porque é interessante cadastrar histórias e personagens na Biblioteca Nacional, a necessidade de cada revista ter o ISBN, a formação de grupos para ministrar oficinas de quadrinhos nas escolas, como devemos atuar na FLIQ, entre outros assuntos.

Também foram fechadas novas parcerias para próximos trabalhos e novas revistas.

fotos do evento e matéria: Milena Azevedo

Yuno Silva - Repórter

Não é nenhuma novidade a urgência para se elaborar um Plano Estadual de Cultura que possa incluir, de uma vez por todas, o RN no circuito do Ministério da Cultura. É notória - e histórica - a falta de políticas públicas para o segmento cultural, fato que deixa o Estado na lanterna quando o assunto é investimentos no setor, e que reflete diretamente na constante desvalorização da já combalida identidade cultural potiguar.

foto: yuno silva

 Comissão Institucional dos Pontos de Cultura levantam dossiê com estatísticas e ações realizadasUm dos mecanismos criados na gestão do então ministro Gilberto Gil para minimizar essa deficiência são os Pontos de Cultura, iniciativa que vem rendendo bons resultados por todo o Brasil e já serve de exemplo mundial como forma de alavancar o desenvolvimento social, cultural e econômico.

Antes de começarem a conjugar o verbo ‘vir’ no passado, representantes dos Pontos de Cultura do RN estão se organizando para evitar o desmantelamento da rede e a conseqüente paralisação das atividades nos 79 Pontos em funcionamento.

Para traçar estratégias e realizar um diagnóstico da situação, a Comissão Institucional dos Pontos de Cultura se reuniu na manhã de ontem (21), na Casa da Ribeira, com o intuito de buscar soluções concretas para projetos como o Conexão Felipe Camarão, coordenado pela Ong Terramar, entre outros. “Nosso Estado precisa de uma política cultural democrática, é uma necessidade urgente. Temos programas em andamento que dependem de recursos para não serem prejudicados”, disse Vera Santana, produtora cultural do Conexão.

Edson Silva, coordenador do projeto Ruas da Memória (Casa da Ribeira), vai além: “Temos que pensar não só no atraso desses repasses, há todo um contexto que precisa ser considerado pelo Governo como o próprio desenvolvimento do RN”, garante.

O ator Rodrigo Bico, do Ponto de Cultura Rebuliço (Grupo de Teatro Facetas, Mutretas e Outras Histórias), nomeado como articulador dos Pontos no RN, informou que a Comissão protocolou solicitação de audiência junto a Fundação José Augusto/Secretaria Extraordinária da Cultura, encontro que deverá acontecer em março próximo. “A verba federal do MinC aguarda o pagamento da contrapartida do Estado para liberar os recursos já programados”, disse.

Os Pontos de Cultura deverão entregar à secretária Isaura Rosado um dossiê com estatísticas e resultados da atuação dos Pontos como geração de renda.

Paralelamente aos movimentos da Comissão Institucional dos Pontos de Cultura, uma visita oficial da governadora Rosalba Ciarlini e da secretária Extraordinária da Cultura, Isaura Rosado está agendada para a manhã de hoje com a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, em Brasília. Na pauta, reivindicações do RN para um amplo projeto de apoio à cultura popular e novas parcerias entre o MinC e a FJA.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sonho em queda livre



Eu sempre sonhei em estar voando. fiz este vídeo para mostrar mais ou menos como são meus sonhos. queria passar a sensação de viagem, de sonho, algo calmo que agradasse aos olhos do expectador. Tinha escolhido uma música de uma banda conhecida nacionalmente, mas ao ouvir o cd de um amigo, Esso alencar, me apaixonei pela música "nenhuma exata resposta" do cd "Alma (de) Poeta", o qual acabei trocando a música e também o nome da animação, pedi ao Esso para utilizar a música e após o aceite, aqui está a animação terminada. "o vinho que ela gosta / estoco a minha adega...".



Tecnicamente fiz o vídeo no programa blender 3D, montei as imagens no videomach, editei os efeitos no after effects e fiz a edição final no premiere.

o trabalho está em preto e branco para poder ser visto no youtube, mas a versão final colorida está em dvd para quem quiser assistir e também penso em participar de algum festival se acharem que o material tem qualidade, claro. passei 2 meses trabalhando no filme e acho que cheguei a um bom resultado. espero que gostem do produto final.

Carta aberta de indignação de artista natalense a Prefeitura de Natal

    É com profunda tristeza e grande indignação que escrevo esta carta aberta.

    Sou Lula Borges, Quadrinista e animador, trabalhando no mundo da arte sequencial a mais de 30 anos, com trabalhos realizados no Rio Grande do Norte, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio grande do Sul, Maranhão, entre outros e também com trabalhos feitos em outros países como Estados Unidos, França, Itália, Inglaterra, Índia e Japão. Só em outros países, mais de 200 publicações em histórias em quadrinhos e 5 desenhos animados em curta metragem. Em termos de Brasil torna-se incontável a quantidade de publicações assinadas.

    Trabalho em prol da arte e da cultura a muito tempo, ministrando aulas de artes e ganhando reconhecimentos e prêmios no setor da arte sequencial e tornando-me presidente de uma entidade cultural e vice-presidente de outra, o qual faço tudo para as duas caminharem a frente do que se destinam.

    Dos prêmios que ganhei, em 2010, um foi pelo FUNDO DE INCENTIVO A CULTURA DO MUNICÍPIO DE NATAL, no setor do audiovisual. Fundo este totalizando duzentos mil reais. meu prêmio, dentre os outros é de pouco mais de 12 mil.

    Bem, este prêmio está sendo impedido de ser pago pela PREFEITURA DE NATAL desde outubro de 2010, quando saiu o resultado do mesmo, onde, no edital se dizia "pagamento imediato", com várias desculpas e sempre deixando para o dia 20 do próximo mês, do próximo mês, do próximo mês e assim por diante. as desculpas são variadas, "está com o secretário, está com o financeiro, está com o planejamento, voltou do empenho, está com fulano está com cicrano", mas nunca conosco, artistas que, o que apenas queremos é trabalhar e, trabalhar, para também engrandecer o nome do município, melhorar as técnicas existentes, ensinar aos novos as técnicas que conhecemos, fazer o nome da cidade crescer em termos culturais, mas a prefeitura está sempre impedindo que trabalhemos.

    Este fundo é de 2009, onde foi feito o edital de 2010, ou seja, deve haver um fundo também para 2010, e estamos agora em 2011, onde estará o dinheiro, então de todo esse tempo? se esse dinheiro não existe atualmente então onde está? se alguém pegou ele, quem é essa pessoa? por que pegou e o que fez com o mesmo? o pior, para nós, produtores da cultura do município é que vem as secretarias e dizem "sabem aquele premio de 200.000 do fundo de cultura? A gente paga em duas parcelas, mesmo sabendo que o dinheiro total já existe a mais de 2 anos, mas vamos pagar metade e depois a outra metade" sabe-se lá quando.

    Editais devem ter garantia de funcionamento e pagamento. Nós artistas não somos bolas de basquete onde devemos pular de secretaria em secretaria a busca de um direito garantido. Quando ganhamos um edital temos muitas obrigações com o financiador, mas aparentemente a prefeitura do natal não tem obrigação nenhuma com seus contratados.

    Só resta a nós muita indignação e tristeza por nossos gestores usarem tão pouco sua inteligência em prol do que se propôs a fazer. Eles devem a nós seus cargos. Eles devem dar o exemplo de bom direcionamento aos órgãos que estão a frente; se não, não deveriam estar lá.

Lula Borges

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Palestra/oficina sobre animação em Grossos/RN

Dia 14 de fevereiro de 2011 fiz uma pequena palestra/oficina sobre desenho animado na Casa da Cultura em Grossos/RN, onde dona Jurandir Brito e todos os alunos e funcionários da casa e receberam muito bem. Fiz algumas visitas às salas e vi que algumas das salas, todas com nomes de pessoas históricas da cidade, tinha algumas com o nome de pessoas da minha família, como meu avô, Antonio Borges de Souza, meu tio, Josué Borges e meu tio Avô José Borges de Souza, nome o qual meu pai herdou como José Borges Sobrinho.

Após a visitação das salas, logo chegaram os alunos para o início do curso.


Antes da oficina, falei algo sobre a persistência da imagem na retina e a nossa ilusão de movimento ao nos depararmos com filmes, vídeos, internet, etc.


Fiz o uso do praxinoscópio com todos e, como era uma oficina, os alunos logo fizeram suas primeiras animações com tiras do praxinoscópio e viram o resultado de suas primeiras produções.




Depois falei sobre flibook, onde os alunos também fizeram seus próprios flips.

desenho em folhas de de papel com a animação tradicional e também o uso do computador na produção de um desenho animado com programa destinado a isso, como o toon boom studio. outro programa foi usado para demonstrar animação, aí já sendo o Blender, programa em 3d, já, muito difundido no mundo da animação.


Resultado dos desenhos dos alunos: um personagem dando tchau!
  

Aluno Bruno criando sua primeira animação no computador. abaixo sequência da produção e o resultado com um pequeno desenho animado.
 
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o uso do computador como ferramenta de animação para 3D. abaixo o resultado de uma pequena animação em 3D


Terminamos a oficina vendo algumas animações na internet. a palestra durou cerca de 3 horas e acredito que tenha funcionado bem, pois se destinava aos alunos perceberem que existe possibilidade dos seus desenhos poderem ser animados e eles poderem fazer suas próprias produções se forem direcionados para isso. e, claro, eles vão ver desenhos animados a partir da oficina com outros olhos.
nos vemos em breve.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Diretrizes em prol da cultura potiguar

Em matéria saída no jornal diário de natal, artistas potiguares lutam pela criação de uma secretaria de cultura no estado para juntos, gestores e artistas poderem implementar uma política cultural para o rio grande do norte.

matéria original aqui: http://www.diariodenatal.com.br/2011/02/09/muito1_0.php

É inútil aos artistas apresentarem dados precisos das benesses provocadas pelo setor cultural à educação, à sociabilidade ou mesmo à economia do país aos gestores e parlamentares. É preciso protesto, pauta de reivindicações ou "gritos" em redes sociais para garantia de direitos constitucionais. A ponto de artistas se mobilizarem e criarem, eles próprios, diretrizes para a área cultural do estado. É o que o Grupo Locau! apresentará a partir de hoje à sociedade, impresa, classe artística e gestores.


Em visita ao DN, integrantes do movimento reforçaram a intenção de provocar debates antes da criação de uma secretaria estadual específica Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press

O intuito é provocar um fórum de debates antes do início dos trabalhos da Assembleia Legislativa, quando será encaminhada a proposta de criação da nova Secretaria Estadual de Cultura. Para o músico Esso Alencar, o intuito é promover interação entre classe cultural, a nova gestão de cultura e deputados para elaborarem juntos uma política cultural com diretrizes específicas para cada área, com proveito e participação ativa da categoria na nova gestão estadual de cultura.
O Grupo Locau! foi formado em 2008, quando ocorreu o primeiro debate, no Solar Bela Vista, com vistas à elaboração de uma política cultural consistente. As reuniões e a adesão dos artistas se sucederam. Em setembro de 2010 foi realizado um seminário com diferentes representações dos setores culturais durante um dia. Durante a manhã ocorrem as discussões. À tarde foram confeccionadas as 13 diretrizes da Carta, distribuída em locais estratégicos.
"Interrompemos esse trabalho por causa das eleições, depois em razão desses problemas de fim de governo. E agora queremos retomar nesse momento importante, quando uma nova secretaria - uma das nossas reivindicações - será criada", aponta o diretor do Cineclube Natal e do Goiamum Audiovisual, Nelson Marques. A intenção é tornar pública a Carta e chamar a categoria ao Fórum (ainda sem data definida). "Reivindicaremos papel participativo e uma política cultural longe das ações pontuais, personalistas e interesseiras que vimos até hoje", complementa.

Barreiras
O Grupo está ciente das dificuldades e pessimismo que norteou as iniciativas e resultados de mobilizações vistas nas últimas décadas. "Nas reuniões nos deparamos com a não participação ou o artista desacreditado. Mas e aí, vamos fechar o boteco?", questiona Nelson Marques. Para o músico e membro da Associação Brasileira de Documentaristas Lula Borges, o momento é diferente. "Encontramos outro cenário. Além da criação da nova Secretaria, existe a promessa do Fundo Estadual de Culitura".

Carta de reivindicações
1. Que haja o pleno reconhecimento e adoção pelo Governo do Rio Grande do Norte da totalidade das recomendações da Convenção da UNESCO (2001) Sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, da qual o Brasil é signatário;
2. Que o governo do Rio Grande do Norte trabalhe para que o Brasil ratifique a Recomendação Acerca do Status do Artista, instrumento internacional promulgado pela UNESCO em 1978, do qual o Brasil é signatário, que concita os governos, através de Políticas de Estado, a criarem melhores condições de trabalho para os artistas, buscando soluções que atendam aos pleitos da classe artística e prerrogativas do pleno interesse público;
3. Que seja criada, de imediato, e mantida com recursos próprios a Secretaria Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte, incluindo a criação de Ouvidoria Estadual de Cultura, considerando sua missão de formular, executar e avaliar as políticas públicas de Cultura no Estado, criando, inclusive, diretorias representativas dos setores culturais organizados;
4. Que se ampliem os recursos destinados à ação direta das entidades culturais do Estado para no mínimo 1,5% do orçamento do Estado e 1% para os municípios, conforme a PEC 150/2003, já aprovada na Comissão Especial de Tramitação do Congresso Nacional;
5. Que seja criado e mantido, de imediato, o Fundo Estadual de Cultura;
6. Que haja a implantação imediata de uma Secretaria Municipal de Cultura na capital do Estado, incluindo a criação de Ouvidoria Municipal de Cultura, atendendo às necessidades da produção cultural emergente e conforme as diretrizes do Sistema Nacional de Cultura, e que se incentive a implantação de Secretarias Municipais de Cultura nos municípios da Grande Natal;
7. Que as instituições públicas do setor cultural apóiem e fortaleçam as manifestações da diversidade cultural existente, protegendo o patrimônio histórico e artístico - material e imaterial - através de Políticas Públicas Estaduais e Municipais;
8. Que o governo do Rio Grande do Norte garanta dotação orçamentária para manter e aperfeiçoar o funcionamento pleno dos órgãos da administração direta, autárquicos e fundacionais ligados à esfera da cultura do Estado;
9. Que o governo garanta, através da criação e execução dos editais públicos, maior democratização e transparência na liberação e destinação dos recursos de incentivo fiscal destinados à Cultura pelas empresas estatais e privadas;
10. Que se promova a revisão conceitual e conseqüente reestruturação dos mecanismos de financiamento já existentes (Lei Estadual de Incentivo à Cultura e Fundo Municipal de Cultura) visando uma melhor distribuição e aplicação dos recursos incentivados no Estado, a partir de critérios estabelecidos democraticamente no âmbito dos Conselhos Estadual e Municipal de Cultura;
11. Que as instâncias administrativas do setor cultural atuem de forma integrada com as demais secretarias de Estado e órgãos afins com o objetivo de desenvolver programas transversais envolvendo áreas importantes - a exemplo da Educação e do Turismo -, que tenham dotação orçamentária originária também nessas secretarias;
12. Que as Fundações de Cultura coloquem em discussão ampla, participativa e democrática o projeto de implantação de Circuitos Culturais Fixos e Itinerantes de livre acesso ao público potiguar,
13. Que seja realizado, de imediato, um Censo Cultural do Rio Grande do Norte que sirva como um instrumento orientador das Políticas Públicas de Cultura no Estado, e que haja reavaliações periódicas deste.